O sol tropical parou. Sísifos proletários refletem em pleno domingo, medem a pedra que carregam no dorso brasileiro. Nos prédios e condomínios, os carros estacionados, os homens estagnados, a classe média reacionária como uma poça, as panelas caladas cozinham o silêncio covarde burguês.
Por ora, há silêncio e os bichos já foram ao poleiro.
Mas o mutismo produzido pelo corpo entre pulo e queda.
As estradas estão estepes, mas a terra treme. Talvez alguém se lance dos prédios, quem sabe alguém denuncie domingos tropicais onde o sol verga o trabalhador e entedia o burguês, quiça tudo volte ao relógio do normal. Há silêncio, mas algo se espera: uma flor ou um Leviatã.
Nunca se temeu e se esperou tanto uma segunda-feira.