Como Apolo,ganhamos uma liramas nosso corpoilha de areia e ossoafunda-se sem profecia Danilo Santos Fernandes
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Não há céu que não se leia – Danilo Santos Fernandes
para Natália Tano e Maysa Buzzolo Preciso te dizer: no mundo há estrelas e um punhado de galáxias em rota de colisão Preciso te dizer que há cães famintos chafurdando a merda comestível aos latidos e clamando o último suspiro (Mas ainda há estrelas, não se esqueça disso) Tedizer que há doenças como cânceres, aneurismas,…
Fahrenheit 451
Queimar livros porque não há como, não há como queimar sonhos As folhas comburem num piscar de cílios mas os assombros se inscreveram insolúveis na onde os brutos não dessangram Queimar homens (carvão apocalíptico) mas não há como, não há como queimar a fome A fome-abismo, pulmão furado de espinhos, do poema que nasce do…
As aves
por causa de Hilda Hilst Se confundem com o escuro as asas negras, curvas riscando o espaço mudo e enferrujado Querem muito correr… mas as pernas devoradas! Querem muito voar… mas as asas depenadas! Inutilmente lançam seus corpos contra as vagas do vento: voar a esmo ainda paga melhor que voar só…