Com o tempo, reaprendemos a sorrir com os olhosA ler o olharFazia há muito que não nos víamostão de pertotão profundoA ponto de desejar a vidade antes disso tudoA ponto de querer não estaraquiTão desprotegidoEm fuga constanteCom medo do que não há core nem texturaCom medo, e apenas com medoDo que há…dentro de nós. Celeste…
Colagem de Ana Lidia Petry
Não tenho pressa mas não perco tempo.
Profundidade
Tudo ao meu redor amadureceO Outono é um senhor num olivalTanta gente e ninguémSou de poucas palavrasVivi tantos séculosE me arrastoProcuro um poema que diga o contrárioSó sei ouvir o silêncioAssuma os erros, mas não caia!Caí muitas vezes e assumi.Contei até quarenta, quarenta dias, quarenta noites.Deserto.Esperei tanto e ele nunca veioEsperei tanto e ele nunca…
La pandemia va
Alana ouviu a buzina. — Meu deus, já? — disse em voz alta. Jogou a toalha na cama, pegou o vestido, pôs os sapatos. No espelho, passou batom apressadamente, ajeitou os cabelos. Nova buzina. No carro, Juan falou, com algum sarcasmo: — Algumas coisas nunca mudam. Meia hora depois, estavam na fila de espera do…
09/08/2020
Em dias especiais costumamos exercitar a gratidão. Agradecemos pelas nossas vidas, pelas vidas das pessoas que amamos e pelo presente que é o compartilhar da existência com pessoas especiais ao nosso lado, isso porque faz parte da nossa tradição eleger tempos, dias no calendário, para exercitarmos isso com mais força, com mais plenitude. Mas o…
UMA VISTA DE UMA VISTA
Ainda me lembro E agora revivo A vista que tive De uma pirâmide Era dia ensolarado As madeixas do tempo Se agrisalhavam As ruas do céu Tinham um sem fim E os pássaros E as ânforas Eram o tudo do todo – Ainda me lembro bem Mesmo sem saber como Enaltecer com o ônus Da…
Uma Ode à petulância
Da petulância Não me olhe dos pés à cabeça.Perceba-me pelo interior e digaSe existe algum dia na vidaNo qual a boca não pesa Porque eu vivo da minha famíliaNo pé do tempo, pronta para implorarDe joelhos, por um filho, ou uma filhaE, do mesmo tempo, apenas apanhar. Poesia Propícia ao Erro Nº: 22InMausoléu
Um poema quase-branco para uma mulher
Um poema quase-branco para uma mulher A ti, mulher, devo-te amor. Porém, vejo-te em temor E sem alguém. Pegue-me pela mão, Pois. Não fiquemos em desdéns. *-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-* Não fiques parada e não morras. A vida até passa mais rápida Se não tropeçamos em trépidas Subidas que apontam para as masmorras. [E…] Às vezes penses em…
Manifesto Safista
MANIFESTO SAFISTA O primeiro passo para a revolução é a arte. Nada acontece sem a ação artística, ou o ato da arte. O mundo não evolui, o tempo não passa, o espaço não se propaga, as árvores não crescem, a natureza não existe, Deus morre, a vida se extingue e tudo se torna nada, contudo,…