O Virtù é um coletivo comprometido com a ampliação das visões ante a arte, o universo e tudo mais. Por isso os textos que serão publicados em nossa revista precisam estar coadunados com a nossa inclinação para a liberdade e criação de novos formatos. Atualizar para interagir, para atravessar e fazer do diálogo fenômeno nesse…
Virtù – Revista Literária Virtual
Com amor e alegria, divulgamos nossa Virtù – Revista Literária Virtual. Sim, agora temos também uma Revista, com ISSN e de publicação trimestral. Aceitamos para publicação: ensaios curtos, artigos, poemas, contos, crônicas e trabalhos gráficos. Todo material deve ser enviado para nosso e-mail: virtucoletivo@gmail.com Ao entrar o contato conosco, os autores receberão informações referentes aos…
Água não tem cabelo
Água não tem cabelo e vida é água. Vida é rio, onda que vai e volta. E não adianta querer se agarrar nela. Água não tem cabelo. A vida escapa. No seu conteúdo, memórias, lembranças, arquiteturas que se apregoam mais nas urgências do hoje do que na coisa mesma. Ela, a coisa mesma, nem é…
A saudade de um passado que nunca viviMicroscopicamente se transforma em desejo ficcionalAi de mim que nunca fui, não sou e sempre quis ser. Um gérmen. Um germe.Sussurra. Camufla. Perturba. Cala. Não. Para. Vai …O que é isso…. Eu. Nós. Nada. Tudo. Márcia Garçon
Filha do Espírito Santo
29/08/2020 A inocência lhe escorreuEra sangueNão era a menarcaEsta nunca chegouTantos foram os abusosQue não sabe o que é menstruarRoubada de suas bonecasQue em desespero mudo apenas assistiamÀ subtração da infânciaDos sonhos idílicosQue em nenhuma outra idade somos capazesUm cabra safadoDe desejo adoecidoPerversidade afloradaTransforma a crueldade do abandonoEm desumanizaçãoQuantas meninas ainda,Tacitamente, perecem entre abusos?Quantas vozes,…
Colagem de Ana Lidia Petry
Como está o seu copo?
O espelho que há na noite
Malthus de Queiroz Quando despertar a alta madrugada Na contramão dos relógios ocupados Veste em ti o homem insondável E adentra resoluto as incertezas Contempla o mistério urdido No eco das palavras arbitrárias E como colhesse a erva e o trigo Arranca do escuro as cores impensáveis Para compor teu espelho irrevelado Imagem que furtiva…
Na margem
Na margem do olho do furacão Caminhamos ermos, mas conectados. Da margem, a força centrípeta É mais forte. Samsara vadeia na roda de samba. Faísca de luz na saia que gira. Na gira, Padilha não recua Não fica tonta Ela dança No centro dela Todas as forças Universais Gritam Gargalham E dançam Milhões e milhões…
Margens
No salão principala escada rolantecompulsiva e constantevomitando degrausnas esquinas alegreso caosde terno e piercingsa fome espertabatendo carteirasna frente dos shoppingsputas, pedintes, meninaspontes ligeirascruzam rios chapadose a vida trafegaem buzinasfaróis acesose vidros fechados [Malungo, in Digitais, p.152]
Colagem de Ana Lidia Petry
A arte retrata a realidade.