Érica Abrêu
Escrevo por aqui só para dizer que se estivesse aí nada seria diferente. Tudo bate forte dentro desse tipo de gente. Talhada a verbo e verve, antena “quebrada” que sintoniza coisas que não são do meu tempo, mas que bem poderiam ser, pois que passeio no tempo. E sou, portanto, dono da história. Prepotência, potência de desejos, daqueles que não medem tempo e espaço. Que estudou um pouco de física e que sabe que a metáfora liga poetas e cientistas. Queria hoje estar aí, ao menos para um curto abraço de 10 segundos. Saudades de lhe abraçar e de correr os olhos por você. De visitar o cheiro do rio, da lama, da fumaça e do cimento que jaz e vivifica essa cidade e esses caminhos que me levam e me trazem de você, que é um espaço que levo dentro. Olha lá dentro, guardo um sorriso aberto, uma centelha de esperança e um cansaço que me abate. Por isto mesmo resolvi deitar essas letras, na falta do seu ombro, de sua voz e de tudo aquilo que me dá vontade de ir para o mundo, mas que, de forma silenciosa, me faz ficar ao seu lado, mesmo com todo esse espaço entre nós. Declaro que estou repleto de saudades. Nenhuma parte de mim não conta minuto para um abraço longo. Volto a falar de abraços. Quem sou eu, que lhe neguei acolhimento, que agora sinto saudades dessas negações. Hoje queria teu mais doce olhar, teus versos soltos e mais, queria o seu toque desacertado, dizendo – sem palavras- , que a energia borda estrelas aonde os olhos não sentem a luz.
Beijos, Eu.