Uma, duas, três notas de silêncio. Três mãos que enforcam as palavras e paralisam o que se poderia ter sido. Movência. Nenhuma. Os olhos se fecham para o todo e o lado de dentro é só treva. Nesse momento, eu bem que queria escrever algo de mais substancioso. Mas não dá. O ordinário me tomou de um jeito que só sei sentir na superfície. Sabe sublimação? Abstrair e fingir demência? Isso algumas vezes é eficaz. E eu quero pensar que hoje foi só um dia ruim e que o mundo vai entender se eu sumir. Porque, mesmo sumindo, eu ainda vou estar aqui. E perdida. Como e quanto estou perdida. Tem uma afta no céu da minha boca. Eu queria sair,mas não posso. Queria. Mas tem um cão que ladra na minha porta. Se eu sair, ele me ataca. É só de choro. Dor é meu rosto, meu canto, minha identidade. Tudo me possui, menos eu.