Malthus de Queiroz Quando despertar a alta madrugada Na contramão dos relógios ocupados Veste em ti o homem insondável E adentra resoluto as incertezas Contempla o mistério urdido No eco das palavras arbitrárias E como colhesse a erva e o trigo Arranca do escuro as cores impensáveis Para compor teu espelho irrevelado Imagem que furtiva…
Autor: Nívea Freitas Ruivo
Colagem de Ana Lidia Petry
A arte retrata a realidade.
Azul-claro
“Olha aqui, o manual”. Marina contou que pegou o calhamaço de papel, suspirou um cansaço já existente e começou a folhear o instrucional cujo título em letras brancas flutuava num rosa pastel, meio acinzentado. Ela sabia, morava naquele rosa, naquele pálido e estéril rosa. Era 2019, mas poderia ser 1968. Ela tinha percebido o cinza…
Marionete – Milena Wanderley
Uma, duas, três notas de silêncio. Três mãos que enforcam as palavras e paralisam o que se poderia ter sido. Movência. Nenhuma. Os olhos se fecham para o todo e o lado de dentro é só treva. Nesse momento, eu bem que queria escrever algo de mais substancioso. Mas não dá. O ordinário me tomou…
Recife-Pompéia – Edson Avlis
Último domingo – Edson Avlis
O sol tropical parou. Sísifos proletários refletem em pleno domingo, medem a pedra que carregam no dorso brasileiro. Nos prédios e condomínios, os carros estacionados, os homens estagnados, a classe média reacionária como uma poça, as panelas caladas cozinham o silêncio covarde burguês. Por ora, há silêncio e os bichos já foram ao poleiro. Mas…
Mural – José Cleiton Carbonel
Tratado de zoologia: a baleia migratória – Edson Avlis
Preta e branca, colada a água e o querosene expelidos pelos jatos de petróleo que rasgam o olho do mar: Eis a baleia. O animal que mais aproveita os caminhos de dentro do planeta: oceano. Ela migra, porque a natureza nunca foi metafisica. Se não houvesse gravidade, era seria a mais livre por esse…
esteja indignado afinal, que outro sentimento te resta ? em qual deles te cabe a sensação de que a existência não é vã ? indigne-se não leve desaforo não finja que não sabe ! você precisa não seja como eles não perca tempo ! a revolução adormeceu não faça nada nunca mire o inatingível. esteja…
Poesia Propícia ao Erro Nº: Quase 150 – InTratável
Talvez eu pare de fazer poemas das tristezas; Talvez eu esteja ficando puro, ou cheio de impurezas; Talvez eu não tenha dúvidas, mas se aprendi incertezas; Ou quem saiba não aprendi das espertezas, meio vesgas… Mas esse poemas, ad bacalum, narra mais das tristezas. Como não sei o “faltar quantos”, Escreverei ainda mais uns e…