Meu amor, Contenha o desejo, mas não contenha este olhar. Ali parado, o desatino. Para sempre é nunca mais. Tantos muros Tantas coisas que eu queria ter dito Haverá palavras para tanto desespero? Quero ficar só com a minha tristeza. Desiludido. Hoje sentir é proibido. Imperativo. Não vou sentir. Mas não querer sentir também é…
Autor: Nívea Freitas Ruivo
Manifesto desespero
O dia inicia e eu nego tudo o que pensei Apenas tenho medo Uma chuva de meteoros é visível Eu simplesmente não consigo dizer ao meu coração -Para! Tento sorrir…há nevoeiro de manhã. Vou acender mais um cigarro. Inicio outra vez Outro dia. E a memória continua guardando confidências Sei-o, o passado é passado. A…
Despojos
Poema para não ser lido
Para você que eu espero voltar a encontrar um dia…
Milagres, agosto desse ano que não termina, 2020.
Érica Abrêu Escrevo por aqui só para dizer que se estivesse aí nada seria diferente. Tudo bate forte dentro desse tipo de gente. Talhada a verbo e verve, antena “quebrada” que sintoniza coisas que não são do meu tempo, mas que bem poderiam ser, pois que passeio no tempo. E sou, portanto, dono da história….
Cabelos…
Clayton Alexandre Zocarato Cabelos… No espelho… Refletindo algo… Que parece com… Meus joelhos… Tento com a loção… Esconder as marcas… Do tempo… Lamentos escorrem… Por minhas pintas… Vou dançar no seu ritmo… Do ponteiro implacável… Afável como papel… Permeável na canção… No que diz ser além… Fazendo meu harém… Desaparecer… Sou gago… Sou gado… Sou…
RECOMEÇAR (?)
T. Moraes O sol desperta e descortina mais uma manhã. Ele anuncia um momento rotineiro que há seis meses não se repetia, estava estacionado em muitas vidas. O ponteiro do relógio corre, caça as horas e enfim…é hora de, mesmo com o coração e a razão de mãos dadas e totalmente alheios a decretos opressores…
Separação
Paulo Tavares Muniz Filho E foi buscar no infinitoUm amor então ausenteAntes fora tão bonitoTornou-se inexistente O desespero sufocou seu gritoE a dor, assim silente,Torna-o do amor proscritoCidadão de pátria dolente O degredo, por si, já é suplícioMas a tentativa de resgate prementeRealça tudo o que foi perdidoTorna a vida em morte, diariamente
Soneto da violação
Juan Lima Onze minutos, infindável tempo de dor. Ela grita, esperneia, suplica, se debate. Noventa minutos, uma vida findada. O seu tempo é quando, até quando? Pobre moça lúgubre de olhos cansados, Menina, mulher, amante, rio tétrico. Por que sois alma valente, em ventre, Germinada em solo terrestre, és fênix?! Que brilho é esse que…
Uma dor em Recife
Milena Wanderley A carência é a doença do século XXI.Não se sabe se foram as redes sociais,Não se sabe se são as ondas do WifiO fato é que há carência, e fúria.Há carência, fúria e fel. As pessoas andamcomo cobras cuspidorasA cuspir desamor.A projetar no outroSeus vácuosSeus fardosSeus cacosDe estimação. É gente que só anda…