Eu vejo uma flor
em quase todos os meus dias
dentro da garrafa do líquido que bebo
Pois bebo muito
Bebo quase como uma pessoa alcoólatra bebe
Hoje mesmo
por exemplo
a vi depois que sentei e sequei uma garrafa de cachaça adoçada
vulgo água-ardente
no valor de 3 reais
Depois que a vi
saí em busca de contar o causo
feito criança empolgada
após ver uma estrela-cadente
viva e em chamas
para alguém da minha família
Entretanto
todos me julgaram demente
pois
embora a verdade da flor que vi seja minha
disseram-me que não confiam em quem bebe
e sobretudo
em quem bebe e faz poesia
Contudo
fiz o que me fizeram
não dei confiança
Pois uma coisa é fazer poesia e outra é viver de embriaguez de poemas
POESIA PROPÍCIA AO ERRO
Poemas lenitivos N° 04.
Alessandro da Silva Lima